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- 05 mar 2018
- Artigos
Você conhece alguma mulher que cuida dos filhos, trabalha fora, administra a casa, mantém uma relação amorosa, e ainda por cima procura estar sempre elegante? Se esse não for exatamente o seu caso, tenho certeza de que você conhece muitas mulheres que exercem todos esses papéis.
Para chegar ao ponto em que estão hoje, as mulheres fizeram uma verdadeira revolução no século XX, foram para as universidades, invadiram o mercado de trabalho e assumiram cargos que no passado poucas pessoas imaginavam que elas seriam capazes de ocupar.
As mulheres conseguiram conquistar o direito ao voto, a independência financeira e a liberdade sexual com muito esforço, e hoje têm mais autonomia e liberdade. No entanto, a transição de mulher submissa para mulher independente e realizadora trouxe um alto preço a ser pago: o acúmulo de funções. A verdade é que apesar de todo progresso alcançado, a qualidade de vida das mulheres decaiu muito. Hoje, elas sofrem muito mais com doenças físicas e psicológicas do que no passado.
O maior problema da mulher moderna é conviver com uma profunda angústia causada pela responsabilidade de ter que dar conta de sua múltipla jornada de trabalho. Os diversos papéis que as mulheres exercem, como os de mãe, esposa, dona de casa, profissional e representante da beleza, fazem com que elas vivam sobrecarregadas e exaustas. A frustração é uma constante na vida das mulheres, porque apesar de viverem correndo para finalizar sua lista de tarefas, não conseguem dar conta de tudo.
De acordo com o criador da psicanálise, o médico neurologista Sigmund Freud, sentir angústia por tempo prolongado pode levar ao desenvolvimento da síndrome do pânico e distúrbios de ansiedade. Não é à toa que hoje em dia os remédios ansiolíticos estejam sendo mais vendidos que os antibióticos e, infelizmente, as mulheres são a maiores consumidoras deste tipo de medicamento.
A pressão que as oprime para executar tantas tarefas não vem apenas do trabalho, da família ou da sociedade, a maior cobrança é feita pelas próprias mulheres, que tentam resolver tudo sozinhas para sustentar o espaço que conquistaram. Escrava das próprias conquistas, a mulher moderna age como se fosse incansável, sem deixar de ser otimista e vaidosa, ela acredita que precisa cuidar de tudo e de todos.
O processo de transformação da mulher precisa ir muito além da luta pela igualdade de direitos e do acúmulo de responsabilidades.
A mulher moderna precisa aprender a aceitar os próprios limites com naturalidade, para se libertar da expectativa ilusória de querer realizar com perfeição todas as funções que exerce. A prática do autoconhecimento é um caminho que pode ajudar as mulheres a atuarem de forma coerente dentro da sua nova realidade, sem exigirem de si mais do que podem oferecer.Para saírem da aflição gerada pelo estilo de vida corrido e exaustivo em que vivem, precisam assumir seus limites, da mesma forma que assumem suas conquistas. Sem culpa, devem parar de se cobrar a perfeição o tempo todo! Mulher maravilha é um personagem fictício que só existe nos filmes, mulher real tem fragilidades, necessidades e cansaço!
As ativas mulheres de hoje precisam delegar tarefas, otimizar seu tempo, e aprender a dizer não! Dizer não à ditadura da beleza, não aos filhos e maridos folgados, não aos chefes abusados, não à cobrança pela excelência da produtividade dos dias atuais.
A solução para a angústia que aflige a mulher moderna está na sua capacidade de diferenciar aquilo que é possível de ser realizado, do que é impossível e sobre-humano. Essa é a chave que promove a melhora de sua qualidade de vida e a liberta a da escravidão de suas próprias conquistas.
Gisela Campiglia
Palestrante, estudo e pratico Auto conhecimento desde 1985, hoje compartilho essa Sabedoria. Formação: Psicologia Junguiana, Física Quântica, Bioenergia, Metafísica e Espiritualista. Saiba mais sobre mim...