-
- 08 jul 2014
- Artigos
Muitas pessoas comentam que abusaram da comida no fim de semana, em uma festa, ou mesmo que não conseguem emagrecer porque adoram comer chocolate.
O comportamento alimentar é um assunto em moda hoje em dia; o apelo social ao corpo magro e a exposição da imagem das pessoas em redes sociais, estimula a prática de hábitos alimentares saudáveis. Porém, existe um grupo expressivo de indivíduos que inconscientemente sofre o transtorno de compulsão alimentar periódica, TCAP. Esse distúrbio alimentar difere de uma ocasional escapadinha da dieta e precisa ser tratado em terapia.
Este transtorno psiquiátrico de caráter compulsivo se manifesta através de episódios frequentes de abuso na alimentação. A dinâmica se inicia pela sensação de angústia que resulta em uma necessidade de ingerir, em um curto intervalo de tempo, grande quantidade de alimento. Diferente de eventuais farras alimentares, o transtorno de compulsão alimentar periódica se caracteriza pela busca incontrolável de comida em episódios semanais, no mínimo, por seis meses. A causa desse comportamento é uma inquietação emocional desconhecida, que por vezes pode ser atribuída a algum acontecimento determinado; mas sua origem precisa ser investigada a fundo. O fato é que a sensação de incômodo é insuportável e só pode ser aliviada através da ingestão de comida em excesso.
Outro aspecto do transtorno da compulsão alimentar periódica – TCAP é que não importa a hora ou o local, a necessidade de comer é intensa e o tempo não alivia essa fome devastadora. A demora na saciedade deste desejo apenas aumenta a angústia e empurra os pensamentos do indivíduo para a busca do que, como e onde comer. A rapidez é o foco, não há um rigoroso critério de escolha, ou refinamento no cardápio, os restaurantes de fast-food geralmente são a opção escolhida.
As pessoas acometidas pelo TCAP evitam comer diante de qualquer pessoa, seja ela conhecida ou não, pois a busca pela comida é solitária. Normalmente, os indivíduos recorrem aos drive-thru onde há uma sensação de proteção e sigilo quanto aos olhares externos de reprovação. Ao buscar um estabelecimento público costumam levar o que foi comprado para viagem, no entanto, não são capazes de chegar a algum destino para comer, acabando por devorar tudo no caminho.Busca pelo prazer? Talvez um ilusório prazer ocorra na primeira mordida, mas logo em seguida, vem a culpa, a raiva de si e a autodepreciação pela incapacidade de controlar-se diante da comida. Este comportamento torna-se repetitivo, levando a maioria das pessoas a quadros de depressão, gerando isolamento social e prejuízos em vários aspectos da vida. Comer é um ato instintivo de sobrevivência, do qual o distanciamento total é absolutamente impossível. Inúmeras vezes essas pessoas são julgadas e desqualificadas como preguiçosas, gulosas e fracas. Isto gera mais culpa e angústia, reforçando um comportamento e padrões neurológicos e bioquímicos difíceis de serem mudados. O quadro se agrava com a obesidade e suas doenças derivadas. Vítima do próprio corpo e refém de suas disfunções, a pessoa busca medicamentos, tratamentos e profissionais nos quais deposita a crença de libertação. Especialistas de diversas áreas, em especial psicólogos e nutricionistas, podem ajudar no controle deste tipo de compulsão. No entanto, só o autoconhecimento leva a uma real solução para o problema. Identificar e praticar a superação da causa da angústia é a chave para quebrar este padrão, é o caminho para a solução.
Gisela Campiglia
Palestrante, estudo e pratico Auto conhecimento desde 1985, hoje compartilho essa Sabedoria. Formação: Psicologia Junguiana, Física Quântica, Bioenergia, Metafísica e Espiritualista. Saiba mais sobre mim...